Neste filme de animação francês, conhecemos Naoufel (Hakim Faris), um menino que perdeu seus pais ainda criança e que foi morar com seu tio e primo na grande Paris.
Quando menino, Naoufel sonhava em ser pianista e astronauta, gravando tudo ao seu redor, mas sua vida muda drasticamente e agora adulto, Naoufel trabalha como entregador de pizza, e está sempre sendo criticado por seus atrasos. E em um desses atrasos, Naoufel conhece Gabrielle (Victoire du Bois), por quem se apaixona.
Mas como o titulo logo nos sugere, o drama é focado em outro personagem, perdi meu corpo é protagonizado por uma mão decepada que ao escapar de um laboratório, inicia uma jornada angustiante de volta ao corpo, que pertence a Naoufel.
Nessa jornada, acompanhamos os desafios que essa mão determinada enfrenta em busca de seus corpo, e em meio a isso somos levados as suas memorias, quando ainda pertencia a Naoufel e este ainda era uma criança.
Essas memorias, apresentadas em preto e branco são as mais sensíveis de todo o longa. E aí chegamos na tal cena da mosca – uma das primeiras do longa, quando o pai de Naoufel o ensina a pegar a mosca, uma cena com bastante simbolismo, que representaria uma forma de capturar o nosso destino.
Perdi meu corpo é dirigido pelo francês Jérémy Clapin e é uma adaptação de Happy Hand, livro de Guillaume Laurant, que também atua como co-roteirista (ele também escreveu Amélie Poulain ).
Clapin constrói uma narrativa instigante sobre o afeto, a memória, e a incompletude, e também nos apresenta de forma sutil os principiais conceitos do filme, livre arbítrio e determinismo, é uma linda animação que merece ser vista.
O filme venceu a mostra da Semana da Crítica no Festival de Cannes e o Festival de Annecy (o “Cannes da animação”).
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